segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Um triste final

Nenhuma dor pode ser transfomada em ódio. O ser humano tende a confundir sentimentos quando está sofrendo, e a partir daí começam atitudes descabidas e tristes como vimos ontem no Couto Pereira.


Realmente eu não sei o que é esse sentimento de ser rebaixado. Sou santista e graças a Deus nunca passei por isso, espero nunca passar, mas todos corremos esse risco. Temos que ter essa consciência, temos que estar preparados. Aliás, as torcidas precisam aprender que perder faz parte do jogo, e muitas vezes seremos derrotados pelo adversário, e esses adversários em nenhum momento são nossos "inimigos mortais". Nossos adversários são como a gente. Eles podem ser o colega de trabalho, o vizinho do prédio, o melhor amigo, o cunhado, o primo e as vezes até a esposa ou o marido. É só você olhar para o lado agora e ver quantas pessoas de outros times estão do seu lado e convivem com você no dia-a-dia.


A dor da derrota é pesada para todos nós apaixonados por futebol, mas em que parte da vida aprendemos que só vamos ganhar? Se não estamos preparados para ter uma derrota no esporte não estamos preparados para ter uma derrota na vida, e dessa forma não estamos preparados para viver no sentido mais literal da palavra. O esporte serve como diversão mas também como aprendizado e ele deve nos tornar melhor, não selvagens que não aceitam e não sabem lidar com a dor de ser derrotado.


A maravilhosa festa de ontem proporcionada pela torcida do Coxa antes do jogo ficou manchada. Manchada de sangue. A dor que já era grande ficou maior, tomou proporções físicas além de emocionais. Não só para torcida do Coritiba, mas para todas as torcidas que assistiram aquelas cenas.


Muitos podem estar se perguntando o que um torcedor do Santos tem a ver com tudo isso e eu respondo: tudo. Aliás, todos os torcedores que fequentam estádios no Brasil têm a ver com isso. Ontem foi no Couto Pereira, e amanhã, vai ser aonde? Minha esposa está grávida e eu quero poder levar o meu filho nos jogos do meu time em paz, como o meu pai fez comigo. Em um ambiente sadio, de diversão, ensinando para ele que nem sempre o time dele vai ganhar, que perder faz parte do jogo e que chorar por isso não é vergonhoso. Vergonhoso é não aceitar uma derrota. Vergonhoso é proporcionar cenas de selvageria. Vergonhoso é querer descontar em outras pessoas com violência sua própria imcompetência de vencer.


O amor pelo nosso time é e sempre será incondicional. Maior que ele apenas o respeito pelo adversário quando este nos superar em um jogo.




segunda-feira, 30 de novembro de 2009

27/11/2009 - For Those About Rock... We Salute You!!!

"As drogas conservam".... essa frase foi dita em uma festa, em tom de brincadeira, pela mãe de um grande amigo meu ao falar sobre alguns artistas de idade avançada que mostram uma energia enorme no palco. Sexta feira, ao ver a apresentação do Ac/Dc no Morumbi essa frase me veio novamente a cabeça depois de ser testemunha de toda energia emanada por Angus Young e seus companheiros de banda.


Eu não tinha a menor dúvida que o show do Ac/Dc seria um dos melhores do ano, e por isso mesmo corri muito para conseguir descolar um ingresso. Depois de anunciada toda a estrutura que a banda traria ao Brasil na sua turnê eu esperava um show no mínimo épico no Morumbi. E foi realmente isso que aconteceu.


Claro que nós reclamamos do preço dos ingressos, da dificuldade de compra, da falta de sensibilidade da organização ao marcar um evento desse porte em um local que ainda tem um difícil acesso, (ainda mais numa sexta feira chuvosa em São Paulo) mas claro também que não deixamos de ir, ainda mais por ser tratar do show de uma instituição do rock mundial. Definitivamente o Ac/Dc supera toda e qualquer expectativa e vale qualquer sacrifício por parte de quem curte rock.


Confesso que cheguei e parei o carro com relativa facilidade nas redondezas do estádio apesar de ter saído um pouco depois do horário planejado devido ao trabalho. Sem problemas, a chuva tinha parado e junto de alguns amigos arrumei um excelente local, ainda que na arquibancada , para ver o show. Algumas cervejas depois começa o show do Nazi. Ele até que empolgou boa parte do pessoal tocando alguns clássicos do rock como Stooges, Raul Seixas, Plebe Rude, mas o que todo mundo ali queria mesmo era ver o Ac/Dc.


Depois de uma grande expectativa, de um vídeo maravilhoso de abertura e de uma locomotiva literalmente invadir o palco ouvimos os riffs de "Rock n Roll Train" com uma pontualidade britânica, em resposta à aqueles que apostavam em um atraso da banda. Depois disso fica difícil relatar o que aconteceu. A voz "esganiçada" de Brian Johnson é única, bem como o que Angus faz com a guitarra. Ele corre, salta, deita, pula e faz até "strip tease", tudo isso tocando muito. É incrível a energia que o Ac/Dc demonstra como um todo. A sintonia que os caras tem com o público também é indescritível. 


É difícil para uma banda com mais de trinta e cinco anos de carreira tocar todos os seus clássicos. Faltaram algumas músicas, em compensação "Back in Black", "Thunderstruck", "The Jack", "Hells Bells", "Highway to Hell" entre outras valeram cada gota de suor derramada atrás dos quase inacessíveis ingressos, bem como cada centavo pago por eles.


Se as drogas conservam realmente eu não sei. Nem ao menos se Brian, Angus, Malcom, Cliff e Phill se utilizam de alguma substância ilícita. Mas o que posso dizer é que se passaram dezesseis anos desde a última vez que a banda esteve aqui no Brasil e eu pude vê-los ao vivo, e a impressão que tive na última sexta feira depois do show é que só eu envelheci. 

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Carta aberta ao Sr. Marcelo Teixeira

Em primeiro lugar, vou me apresentar, Sr. Marcelo. Meu nome é Gustavo, tenho 32 anos e sou publicitário. Sou torcedor do Santos desde que me conheço por gente e, graças ao meu pai, vou à Vila desde os 3 anos de idade. Sou sócio do Santos também desde que nasci. Por vir de uma família totalmente devota ao Clube, assim como a sua, costumo dizer que quem gosta e ama um time de futebol tem o amor mais sincero que um ser humano pode ter. Podemos mudar de nome, cidade, estado, país, religião, carreira profissional, esposa (marido) e muitas outras coisas na vida, mas de time, salvo raríssimas exceções, não mudamos. Por isso tenho certeza, espelhado em meu próprio caso, que para quem gosta de um clube de futebol essa devoção é simplesmente apaixonada.

 

Sempre fui fã da sua administração, sempre votei na sua chapa em todas as eleições do Clube, bem como o apoiei e o defendi de todas as críticas feitas por meus amigos que simpatizavam com a oposição. Não entendia como existiam pessoas que podiam ir contra a sua administração se a grande maioria dos títulos que eu tinha visto o Santos ganhar tinha sido nas suas gestões. Campeão Brasileiro em 2002, Vice- Campeão da Libertadores em 2003, novamente Campeão Brasileiro em 2004, isso sem contar o Bi Paulista de 2006 e 2007.

 

Pois bem, com o final da temporada 2009, me pergunto o que aconteceu? Eu vivi no Santos na década de 90, que sem dúvida nenhuma foi uma das piores da história do nosso time de futebol. O senhor assumiu e tudo mudou. Mas este ano e o ano passado, em particular, foram horríveis, acho que superando toda a década de 90. Desculpa questionar, mas acho que tenho todo o direito, já que sou sócio, vou aos jogos e votei no senhor. O que aconteceu com todas as promessas feitas na campanha "Rumo Certo"? O que aconteceu com todo o planejamento? Porque convenhamos, o senhor como um administrador bem-sucedido em Santos, tenho certeza, tem a humildade de assumir e reconhecer que 2008 e 2009 não teve planejamento algum.

 

Vi e ouvi todas as manifestações e críticas à sua administração, e, confesso, fiquei sem ter o que responder. Senti-me abandonado, acreditei em uma coisa e o que foi mostrado nestes dois últimos anos foi uma coisa completamente diferente. Começo a achar que o senhor realmente teve sorte de ter vários craques da nossa base revelados ao mesmo tempo no time campeão de 2002. Como sou a favor de apoio total e irrestrito no estádio em todos os jogos, jogando o time bem ou mal, prometi a mim mesmo que não vaiaria o time e não faria nenhum protesto até o fim do ano. E foi o que realmente eu fiz. Acompanhei sofrendo os dois últimos anos, vendo o time fazer jogos bisonhos, jogadores sem vontade e a diretoria perdida, tentando "apagar incêndios" que, desde o início de 2008, já se mostravam iminentes.

 

Sr Marcelo eu espero poder voltar a ver o nosso Santos ocupar o lugar merecido. O lugar que conquistamos com toda a nossa gloriosa história. Por favor, não deixe que essa história seja esquecida, apagada ou arranhada com uma queda para a série B. Com todo respeito aos outros times que já caíram, o Santos é muito grande para que isso ocorra. E ao contrário do que dizem alguns “engravatados” comentaristas de futebol, cair não faz bem. Não faz bem para nós que somos apaixonados pelo Clube, que vivemos dentro desse Clube desde o nosso nascimento. Nosso lugar não é brigando para não cair, mas brigando por títulos. Somos sim, mal-acostumados, como o senhor mesmo afirmou, mas mal-acostumados porque o Santos, graças a Deus, nos permitiu ser assim com a sua história de glórias. Nos acostumou a ser vencedores, sempre. E se caso a vitória não venha, e isso faz parte do esporte, pelo menos quero ver um time honrado dentro de campo, um time digno de nossa história e de nossos grandes ídolos. E uma diretoria honrada e comprometida administrando tudo isso do lado de fora. Chega de decepção.

 

Enfim, Sr. Marcelo Teixeia, chegou o momento de mais uma eleição e esse ano eu não votarei no senhor. Acho que chegou o momento do senhor receber de coração o muito obrigado de toda a nação santista. Sim, temos que reconhecer que o senhor foi importante para o Santos, nos deu títulos, se doou ao Clube, as vezes sacrificando sua própria família e seus próprios negócios em prol do Santos. Não podemos deixar de reconhecer isso, e quero deixar bem claro que não estou sendo irônico. O meu muito obrigado é sincero.

 

Mas agora é hora de mudar. Todos nós nascemos e morremos, o Santos não. O Santos é imortal, é eterno, e não pode ficar atrelado a uma pessoa só. O Santos não é nem de Santos, o Santos é do mundo! Eu confesso que não acreditava na sua candidatura, achava que o senhor deveria sair com o mínimo de dignidade depois desses dois anos ridículos que tivemos, salvo o futebol feminino (mais uma vez obrigado, mas para o nosso Santos, isso é MUITO pouco). Mas novamente o senhor se candidatou. E espero, de coração, caso o senhor ganhe mais uma vez que o senhor lembre de tudo o que vivemos nesses últimos dois anos, e que em 2010 possamos novamente ser o Santos Futebol Clube que o mundo conhece. Boa sorte, não para o senhor, mas para todos nós que amamos o Santos.


 

 

 

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O calor....

5 de novembro e o calor ja ta infernal... eu confesso que tenho la minhas "desavenças" com o calor, principalmente agora, depois de "crescido".

Na época da escola tínhamos férias de verão, aí sim era legal. 3 meses de férias, as vezes um pouco mais. Eu morava na praia quando criança e era todo dia brincando na areia, solão, mar, sorvete. Vestíamos apenas uma bermuda, um chinelo e pronto. Depois de comer a gente tirava um cochilo e depois, descomprometidamente voltavamos a aproveitar o resto da tarde, enfim... bons tempos e fico feliz por ter tido a felicidade de aproveitar tudo isso.

Hoje em dia é diferente e sinceramente eu não consigo entender essas pessoas que trabalham ao meu redor e adoram sol, calor. "Olha que dia lindo que está fazendo hoje!" exclama um cidadão todo suado do meu lado. Por favor, dia lindo???? O cara deve achar o forno de casa o verdadeiro "paraíso na terra".

Eu não sei se fiquei meio ranzinza depois de velho, depois que mudei para São Paulo, mas sinceramente não da para aceitar acordar pela manhã todo suado, tomar um banho e ter que vestir calça, camisa, meia e vir trabalhar. Pegar um baita trânsito com o sol escaldante em cima do carro. Fico pensando na galera que tem que pegar ônibus lotados, que tem que trabalhar de terno e gravata, não, definitivamenet eu sou um ser do frio.

E que volte logo o inverno...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Um Reino Abençoado...

Era uma vez a história de um Reino Abençoado pelos céus... Um Reino que desde sua fundação ja mostrava traços de ter uma história espetacular e épica.... 


Esse Reino se destacava por ser o único de todos os outros grandes reinos que se localizava em um lugar pequeno no planeta. Nos meados dos anos 60 esse Reino teve seus tempos áureos. Liderado por um rei negro como a noite, que tinha o 10 por seu número simbólico, esse Reino conquistou a América e o Mundo, por duas vezes! 


Esse rei tinha outros cavaleiros ao seu lado. Ao contrário do muito que se fala, esse rei nunca lutou uma batalha sozinho, e pior, algumas vezes, por força do traiçoeiro destino, esse rei não pode participar de algumas importantes batalhas. Mesmo assim os bravos cavaleiros que lutavam ao seu lado, sempre com fé e com amor, superaram inimigos perversos e bárbaros, dentro e fora de seu alçapão, escrevendo o nome desse Reino na história universal.


Após a partida desse rei negro e seus cavaleiros esse Reino enfrentou um período trsite em sua maravilhosa história. Dinastia após dinastia os habitantes desse Reino não conseguiam encontrar em seus cavaleiros um novo rei...  os cavaleiros que se seguiam nas batalhas não conseguiam trazer novamente o brilho para aquele Reino. Seus súditos eram humilhados e andavam tristes por viverem suas vidas apenas relembrando suas glórias do passado.


Mas os deuses foram bondosos mais uma vez com todo o povo daquele Reino. No início de um novo milênio, mais uma vez uma safra de jovens e bravos cavaleiros brilhou e juntos conseguiram mais uma vez levar o nome desse Reino aos 4 cantos do mundo. Foram mais alguns anos de plena alegria, de vitórias memoráveis, incluindo uma batalha épica em um campo neutro onde um outro jovem cavaleiro, também negro como a noite mas com o número 7 como símbolo, fez cair aos seus pés um verdadeiro império do mal. 


Sempre que esse Reino dava sinal de cansaço, fadiga e perda de batalhas surgia de seu solo sagrado uma gama de guerreiros que novamente resgatava todo o brilho para esse abençoado lugar.... e novamente agora esse Reino se encontrava em uma situação não muito boa.... seu maior cavaleiro, que fora outrora um grande guerreiro se encontrava perdido. Com o número 9 como símbolo esse cavaleiro já não lutava mais como nas batalhas passadas e seus súditos ja não o apoiavam, não o aplaudiam.... Tempos difíceis pareciam novamente chagar ao horizonte....


Mas esse Reino era realmente abençoado....e todos os seus súditos no fundo sabiam disso..... De onde menos se esperva surge em seus campos uma mulher, sim, uma rainha, novamente resgatando o 10 como símbolo de força, de luta, de garra. Junto dela outras mulheres surgiram como que pérolas na lama. E como essas mulheres se tornaram guerreiras maravilhosas! Depois de encantar o mundo inteiro a rainha e suas amazonas decidiram se juntar no Reino abençoado. Sim, o Reino que teve o rei e os melhores cavaleiros do mundo agora tinha também em suas cercanias a rainha e as melhores amazonas do mundo. Os outros reinos tentavam fazer piadas, desdenhavam desse grupo de guerreiras e, enquanto isso, através da luta delas o Reino conseguiu novamente conquistar a América inteira! Sim, a América foi conquistada novamente por esse Reino. O único Reino a conquistar a América com um rei e uma rainha. Das duas formas possíveis. Fato único. E contra fatos não há argumentos. Nem reinos quase centenários chegaram ao menos perto disso....


É por essas e por outras fábulas maravilhosas cravadas na história desse Reino que seus suditos dizem que nascer, viver e morrer nesse Reino é um orgulho que nem todos podem ter.......