quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Um 2010 memorável!

Não existe outra denominação para nós santistas que defina melhor o ano que está chegando ao final.

Tudo começou com uma mudança grande fora de campo. Novos comandantes, nova diretoria, novos ares. Um “q” de desconfiança que logo foi superado por todos depois que o time engrenou no campeonato paulista.

E que campeonato paulista…

Ganhamos com sobras, com justiça, fazendo história como é peculiar no Santos. Revelamos craques, escrevemos mais uma vez o nosso nome na história do futebol brasileiro e mundial. Demos goleadas, demos show e nos tornamos a melhor tradução para o termo que há muito havia se perdido: “futebol brasileiro”.

Dançamos, sorrimos, jogamos, vencemos, mas acima de tudo, encantamos. Sim, os times normais vencem, para nós isso não basta, é preciso encantar.

Veio o Robinho, veio a Copa do Brasil, e o show continuou. Em homenagem a 2010 demos de 10 no pobre Naviraiense. O Santos era um verdadeiro rolo compressor, dilacerava os pobres adversários e continuávamos a encantar a todos os amantes do verdadeiro futebol. Assim conseguimos mais um título, a Copa do Brasil, inédito.

Novamente o nome do Santos Futebol Clube voltava ao seu lugar cativo: o cenário mundial. Quebramos recordes, reinventamos o futebol. Fomos o Santos Futebol Clube. O ano do centenário não era nosso, mas éramos nós que aparecíamos em todas as mídias, esportivas ou não. 2010 foi nosso em 6 meses. Não precisávamos de mais nada, mas o Santos sempre surpreende…

Vieram os títulos da base, do futebol feminino, veio o Falcão, a Marta voltou, o Elano também, e 2011 se desenha como um ano que talvez possa superar 2010.

Mas é claro, existem os invejosos. Esses vão preferir lembrar das derrotas, das confusões e das brigas extra campo. São aqueles que não ligam para futebol. São pequenos demais, mesquinhos, são os que vão falar que no segundo semestre fomos um time normal, sem nada de especial.

Ledo engano.

No segundo semestre ganhamos o reconhecimento de uma só vez de 6 títulos brasileiros e nos tornamos o time que mais venceu no Brasil. Somos octa campeões brasileiros. A justiça foi feita, afinal de contas é uma honra para o futebol brasileiro ter o Santos como seu maior campeão.

Para nós, abençoados torcedores santistas, fica o muito obrigado por 2010 e que em 2011 consigamos nos superar, porque somente o próprio Santos pode superar o Santos.

E que assim seja!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Enfim o final do ano...

E então mais um ano chega ao seu final...


Não existe mês mais festivo que dezembro. Nem no carnaval (salvo, é claro, raríssimas exceções) há tantas festas, eventos e comemorações.


No trabalho o ritmo já cai. Dá preguiça até de levantar para pegar água ou ir no banheiro. Trabalhar então... Todo mundo só fala em confraternização, amigo secreto, festa, churrasco, almoço, happy hour, enfim, se você for a todos os eventos que você é convidado de duas uma: ou você acaba com o seu décimo terceiro ou com o seu fígado. Aliás, o fígado deve odiar as festas de final de ano. Sem dúvida nenhuma é o orgão mais castigado do corpo e ainda assim o coitado só é lembrado no dia seguinte das comemorações, quando você acorda com aquele gosto de corrimão enferrujado na boca.


É no final de ano também que recebemos aqueles maravilhosos emails de boas festas. Geralmente ele é encaminhado por algum amigo do seu pai que aprendeu a pouco tempo a navegar na internet, e para mostrar destreza no mundo virtual, ele faz questão de mandar aquele arquivo de "ppt" enorme, pesado, que trava o seu computador ou mostra imagens lindas de neve caindo, de renas, duendes e um papai noel mal desenhado cantando uma música natalina. Quem também gosta de enviar esse tipo de email é aquela pessoa que você passou o ano inteiro sem manter nenhum tipo de contato, mas nessa época ela faz questão de falar sobre as "esperanças renovadas", sobre o "amor", a "compaixão", o "renascimento" e todas esses temas super originais.


E não podíamos deixar de falar na maior "rede de extorção perimtida" que se tem notícia no Brasil. É o momento único aonde profissionais como porteiros, zeladores, entregadores de jornal, carteiros, lixeiros, balconistas de padaria e mais uma infinidade de trabalhadores formais se aproveitam da sua bondade e do seu "espiríto natalino" e cobram de você por serviços que você pagou o ano todo para serem feitos. É só uma ajudinha, assim como é só uma ajudinha que pedem os orfanatos, as creches e todas as outras ONGs que não cansam de ligar e mandar cartinhas como se você fosse o Papai Noel em pessoa.


É por essas e por outras que eu considero o final de ano como uma época única, diferente de todas as outras, um período em que nós prometemos muita coisa e não cumprimos praticamente nada, em que bebemos e comemos em quantidades industriais mas que apesar dos pesares eu ainda gosto muito.

terça-feira, 16 de novembro de 2010


A mim sempre agradaram os jogos como o de domingo último, que de nada mais valem. Os jogos de final de temporada quando não temos mais chances de título. Não quero soar hipócrita, longe disso. Claro que a adrenalina de uma decisão não tem preço, e claro que quero ver sempre o Santos no topo, decidindo títulos, mas sabemos que no futebol nem sempre as coisas são assim e é aí que entra a paixão inexplicável que somente esse esporte pode nos proporcionar.

O que levaria milhares de pessoas à Vila Belmiro em um início de noite frio e chuvoso de sábado? O time não tem mais chances de título e já conquistou sua vaga para Libertadores, então, por q ue ir até a Vila? Na minha opinião é simples: esses jogos tem um romantismo único. Jogos como este, trazem para as arquibancadas da Vila pessoas que amam o Santos de verdade. É o amor mais sincero dos amores sinceros, porque os que estão ali não querem títulos, não querem festa, não estão ali por nenhum interesse maior do que simplesmente assistir a um jogo do Santos Futebol Clube. Eram pouco mais de 7000 devotos apaixonados que deixaram suas casas e suas famílias por um motivo comum. Por um amor que não tem explicação além da própria paixão.

Antes de falar sobre o jogo abro um espaço para falar do adversário. Perdemos a chance de mais uma vez esse ano matar o dito "imortal". Sim aquele que várias vezes enterramos vivos na Vila sagrada e que tem como grande conquista e "jogo da vida" um acesso da série B para a série A. Um time que, insisto em dizer, é digno de pena, pois sua torcida sofre de uma falta de personalidade enorme, se sentindo m uito mais porteña do que brasileira. É tamanha sua soberba que durante o Hino Nacional Brasileiro cantam a todo pulmão o hino do Rio Grande do Sul. Aliás, deixo aqui a sugestão para que eles sejam banidos do futebol brasileiro e joguem somente o "gauchão", já que adoram dizer que vivem em "outro país", na República dos Pampas. Não há nada mais ridículo que esse complexo separatista, mas enfim...

Falando agora do jogo, mais uma vez perdemos um pênalti, tivemos muito mais volume de jogo, muito mais chances, jogamos com um 1 homem a mais desde o primeiro tempo e ainda assim não conseguimos vencer um "freguês" antigo. Coisas do futebol, asssim como é do futebol o amor em estar junto com o time simplesmente pelo prazer de estar. Independente do adversário, do jogo, do que se disputa e até mesmo dos que vestirão a nossa camisa, assistir o Santos jogar é, e sempre será, um orgulho que nem todos podem ter.



quinta-feira, 11 de novembro de 2010

No alto de um edifício

No alto de um edifício eu passo a maior parte da minha vida.


Equilibrado em meio a concreto, aço e suor vejo a imensidão da cidade, contemplo o horizonte, vejo o céu mudar de cor.

Ouço aviões rasgarem o infinito e imagino o futuro lembrando do passado.

Será esse o meu presente?


Daqui de cima eu ignoro sentimentos, remoo frustrações, sonho com realizações.


Aqui eu escrevo. Penso. Me lamento.

Me irrito, sorrio, choro por dentro.

Acima de tudo isso eu aprendo. (Ou pelo menos tento).


Mudo de ideias. Ideais.


As horas as vezes passam devagar, as vezes passam de pressa.

Mais um dia, menos um dia, depende do ponto de vista.


Eu não sei quando isso vai acabar nem lembro como começou, só sei que hoje eu estou aqui,

no alto de um edifício, com a cabeça perto das nuvens e os pés distantes do chão.

Com o coração longe de quem eu amo, dividindo meus segredos e compartilhando minhas esperanças com desconhecidos.


Todos os dias.

Iguais, diferentes, rotina.


Aqui do alto tudo fica pequeno.

Eu mesmo me torno pequeno sem perceber.

Anônimo.

Rodeado de pessoas, mas sozinho.

Perto do fim, talvez de um recomeço, mas ainda assim muito longe de tudo o que eu quero.


No alto de um edifício eu luto. Trabalho.

Morro todos os dias e renasço.


No alto de um edifício.


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

De volta...



Esperei algum tempo antes de escrever sobre o jogo de domingo contra o Prudente.

Depois que a minha filha nasceu, por motivos óbvios, não consegui ir com tanta frequência aos jogos do Santos. Tive que me contentar nos últimos meses aos “pfc’s” da vida.

Desde que me conheço por gente sempre fui torcedor de estádio. Meu pai sempre me levou aos jogos e hoje espero ansiosamente a minha filha crescer um pouco mais para poder levá-la também. Esse papo de “ver pela tv é muito mais confortável”, “ir em estádio é perigoso” e todos os outros chavões de “pseudo-torcedores” nunca me convenceram. Vou a Vila há mais de 30 anos. Religiosamente. E algumas vezes cumpro essa “minha devoção religiosa” também em outros estádios.

Apesar da felicidade indescritível de ser pai, eu sentia falta de alguma coisa, mas no último domingo tudo convergiu a meu favor e enfim eu consegui ver novamente um jogo do Peixe na “nossa casa”.

Jogaríamos contra o “praticamente rebaixado” e último colocado do campeonato. Tivemos a semana inteira que antecedia o jogo para treinar. Tivemos a volta de praticamente todos os jogadores do elenco que estavam machucados e como se tudo isso não bastasse o jogo seria de festa, afinal de contas era aniversário do melhor jogador de futebol que o mundo já viu, do rei que teve a honra de exercer o seu reinado com a nossa camisa. Pelé fazia 70 anos.

O que poderia dar errado?

Bom, não quero voltar ao assunto do jogo mesmo porque muito já se falou sobre o “desastre” de domingo.

Queria aqui, apenas com algumas palavras tentar explicar o inexplicável.

O jogo? Os erros? As falhas? Não.

A magia da Vila Belmiro.

Como é gostoso ver um jogo na Vila. Não há no mundo (não que eu conheça todos, longe disso, mas essa certeza é quase que absoluta) estádio mais romântico que Urbano Caldeira.

As suas ruas apertadas, aglomeradas de torcedores, nos fazem lembrar uma procissão rumo ao templo maior do futebol. O maior celeiro de craques do mundo. Seu tamanho é inversamente proporcional a sua história e suas glórias! Nada é exagero quando se fala em Vila Belmiro. Como é gostoso sentir o clima do jogo pelas suas redondezas.

Assistir a um jogo no nosso estádio é mágico. É diferente. É indescritível.

Domingo contra o Prudente, mesmo com a derrota e com a decepção pelo futebol apresentado eu mais uma vez tive a certeza de que não importa o adversário, não importa o jogo, o importante é estar de volta a nossa casa. Mesmo porque perder, jogar mal e errar acontece com todos os times. Ter a Vila Belmiro é um privilégio único do Santos e da sua torcida.

P.S.: Marião, tomei a liberdade de pegar a foto do POC!


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

1º Prêmio Uberaba de Literatura

Consegui mais uma menção honrosa em mais um concurso literário... agora em Uberaba... Fiquei bem feliz, é legal quando você escreve e pessoas que não te conhecem reconhecem o seu trabalho... Dessa vez consegui a menção com o conto "O Homem Neutro". Posto aqui o link com os vencedores: http://arquivopublicouberaba.blogspot.com/2010/09/resultado-do-i-premio-uberaba-de.html#links
E aqui em baixo o texto contemplado:

"O Homem Neutro"

Aquele homem não tinha sentimento. Não que ele fosse uma pessoa de má índole, mau, nem perto disso. Ele apenas não nutria paixão, amor, raiva, ódio, inveja, medo, nada, absolutamente nada, por coisa alguma ou por alguém. Tinha suas necessidades físicas como qualquer ser humano, mas no campo emocional tratava-se de um homem neutro, único, até onde se sabe.

Seu desapego apareceu logo na infância. Ainda criança, assistiu à morte de seu pai, atropelado em uma grande avenida por um ônibus em alta velocidade. Ficou ali parado, imóvel. A polícia tratou de levá-lo para casa, a fim de evitar um trauma maior. Enquanto os policiais explicavam o triste acidente à sua mãe, o menino foi para o quintal jogar bola. A mãe desesperada correu para abraçá-lo, temia que o menino crescesse de alguma forma perturbado, mas nada aconteceu. Como não tinham mais nenhum familiar próximo, no dia do enterro os amigos foram os responsáveis por consolar o menino e sua mãe. Ele não entendia direito o porquê de todo aquele alvoroço. Olhava para o céu e, quando todos imaginavam que ele sofria e rezava para Deus pela alma de seu pobre pai, seus olhos na verdade buscavam as pipas que cortavam o céu azul-celeste naquele fim de tarde.

Cresceu assim. Tinha algumas crianças com quem brincava, com quem ganhava apostas por sempre aceitar os desafios mais temidos por todos os meninos de sua idade. Tornou-se uma verdadeira lenda no colégio em que estudava. Era considerado o mais destemido, o mais corajoso por toda a sua turma, até o dia em que um de seus "amigos" foi atacado covardemente por meninos mais velhos. Enquanto tentava se defender dos safanões, o menino olhou para aquele que considerava ser o seu melhor amigo e o viu parado, sem demonstrar nenhuma reação. Depois de alguns segundos, ele viu seu "melhor amigo" lhe dar as costas e o deixar ali, abandonado à própria sorte, não por medo de entrar em uma briga ou por alguma razão semelhante, mas simplesmente por não saber o que fazer, como agir. Ele não sentia um sentimento de amizade recíproco por aquele menino que apanhava. Aliás, ele não sentia amizade por ninguém, ele não sentia nada por ninguém. Isso fez com que os meninos o isolassem e assim ele cresceu, sozinho, nem triste, nem feliz, apenas tentando entender o que se passava com ele.

Crescido, relacionou-se com algumas mulheres e, por mais que tentasse, elas serviam apenas para satisfazer suas necessidades enquanto homem. Magoou muitas delas e, aos poucos, começou a optar pelas prostitutas. Preferia assim, era mais sincero, leal e sem mentiras. Ao invés de fazer amor, ele fazia um negócio, sem vínculos, um "contrato amoroso" de algumas horas.

Depois da morte de sua mãe, o homem teve a confirmação de suas suspeitas: realmente era imune a todo e qualquer tipo de sentimento. Simplesmente enterrou a sua mãe sem avisar ninguém sobre a morte dela e decidiu mudar de sua cidade. Morou alguns anos na cidade vizinha, depois mudou mais uma vez e, mais uma vez, até somar seis endereços diferentes nos últimos dez anos. Tentativa que de nada adiantou. Ele continuava sem saber o que era uma emoção.

Várias vezes, pensou em contar para alguém seu problema. Passava por sua cabeça procurar ajuda médica, psicológica ou até mesmo psiquiátrica, mas logo desistia. Achava que seria tratado como um objeto de estudo, em vez de um paciente com um grave distúrbio.

Preferia assistir à velha televisão que tinha em casa. Ali, por meio de filmes e novellas, tentava entender o que de fato seria sentir alguma coisa. Por diversas vezes se pegou no banheiro, em frente ao espelho, esboçando um sorriso, não por vontade de sorrir, mas sim para saber como aquilo funcionava.

Certo dia, cansado de procurar por algo abstrato, que não sabia o que era nem onde encontraria, o homem decidiu tirar sua própria vida. Não sentia medo ou remorse, mas talvez em meio a uma situação extrema ele conseguisse enfim sentir alguma coisa. Pensou em se atirar de uma grande ponte que tinha sobre o rio que atravessava a cidade em que ele morava.

No caminho, acabou por cruzar um mendigo completamente cego. Olhou de rabo de olho e continuou a caminhar.

– Muito bom dia, o senhor é um homem bom – disse o cego sorrindo.

Parando bruscamente, o homem perguntou:

– E o senhor, como sabe disso? Além de não me conhecer, nem me ver o senhor consegue.

– Eu sinto isso. Minha visão pode ser comprometida, mas o meu coração consegue enxergar melhor que qualquer olho, por mais aguçado que ele seja.

– E como é possível enxergar com o coração. Por um acaso o coração do senhor nunca se equivocou?

– Sim, muitas vezes – sorriu mais uma vez o cego – mas eu o perdoei. As falhas acontecem com todos, cabe aos justos perdoá-las e aos humildes aprender com essas falhas.

– Quer dizer que o senhor, além de ter um coração que enxerga, é justo e também humilde?

– Não, meu bom homem, eu sou apenas um cego. Um pobre coitado que vive da benevolência de homens de bom coração. Não enxergo, não tenho família, não tenho uma vida de verdade, mas me contento em ter sentimentos e poder confiar neles.

– Quer dizer que se não tivesse sentimentos, o senhor estaria morto?

– Com toda a certeza, ninguém vive sem poder sentir.

Nesse exato momento, uma lágrima brotou do olho do homem que um dia não soube o que era sentimento e, sem querer, ele achou o que tanto procurava. Depois de tantos anos, enfim, chegava a hora de ele começar a viver.

Ao olhar para o cego, viu o pobre mendigo sorrir e balançar a cabeça positivamente.

– Eu não disse que o senhor era um bom homem? Meu coração nunca se engana. Eu era exatamente igual ao senhor e sacrifiquei minha vida e minha visão em busca dos sentimentos que eu não conhecia. O senhor não precisa mais sacrificar a sua vida por isso. Apenas me prometa que vai seguir o seu coração, viver e, acima de tudo, sentir e ajudar as pessoas que ainda não acharam a verdadeira razão de viver. O sentir vale mais do que tudo. A vida é emoção, sentimento e hoje você descobriu isso. Agora seja feliz e faça por merecer essa dádiva.

No dia seguinte, estavam lá, no mesmo lugar do dia anterior, o cego e o homem que um dia não soube o que era sentir. O mestre tinha um aprendiz e agora ambos procuravam ajudar mais homens bons a sentir e a descobrir a emoção que é viver.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Assim seria...

Quando Dorival anunciou que Neymar estaria entre os relacionados eu tive a certeza que ele tinha feito a coisa certa.... Afinal de contas o menino tinha errado, precisava sem dúvida nenhuma de um freio, e, com sensibilidade ímpar, Dorival percebeu que a punição tinha sido suficiente, que depois do pedido de desculpas, da ida até Campinas para acompanhar o último jogo do Santos, Neymar já estava mais do que arrependido. Pra que ficar dando volume a uma polêmica? Só quem ganha com isso são os adversários e a imprensa que adora uma crise para vender jornal.


Chegada a hora do jogo, não poderia ser diferente, a Vila estava lotada, linda, e quando o grupo de jogadores entrou em campo tanto Dorival quanto Neymar foram ovacionados pela nossa torcida, o clima era favorável a uma noite história na cidade de Santos.


E assim foi...


O Glorioso voltou a apresentar o futebol mágico que encantou o mundo no primeiro semestre desse ano. Jogadas de efeito, toques rápidos, envolventes, fizeram com que a alegria pelo dilatado placar a nosso favor fosse em certos momentos esquecida frente a tanto talento. Nada mais importava ali, só o Santos. O nosso Santos estava de volta. O futebol brasileiro tinha novamente o seu representante mais fiel (por mais que esse adjetivo lembre nosso adversário).


E para fechar com chave de ouro Neymar revive as "eternas pedaladas", entra pelo bico da área e, ao invés de repetir Robinho e sofrer o penalti, corta o zagueiro e "fuzila" o gol adversário. Era o fim do massacre, mas não o fim da noite. Com a Vila em festa Neymar corre para junto ao banco de reservas e humildemente da um beijo na mão do "professor Dorival", selando a paz e trazendo de volta a alegria ao Templo do Futebol mundial.


Nesse momento a diretoria na pessoa do presidente LAOR também é saudada na tribuna de honra. Sim, ele e seus assessores tiveram pulso e sensibilidade contornando o que parecia ser uma crise sem precedentes. E assim...


...assim seria se todos fossem mais humildes. Se as vaidades não fossem tão grandes e se os egos não fossem tão inflados. Assim seria se os interesses financeiros não prevalecessem aos interesses dos torcedores. Assim seria mais bonito, mais justo com quem ama o futebol. Com quem ama o Santos Futebol Clube. Poderia até não ser "tão" assim, mas com certeza seria melhor do que está sendo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Chega!

Não queria ser mais um a fala sobre isso, mesmo porque esse assunto já está muito chato, mas o momento não pode ser de omissão.


Vencemos, jogamos bem apesar do susto no começo do jogo e dos desfalques, mas mais uma vez todas as atenções e os holofotes do jogo ficam em cima de um jogador.


Até quando?


O Santos bancou um talento. Um craque sim, um jogador diferenciado, um prodígio que assim como a maioria dos jogadores geniais é "polêmico". O Santos mais uma vez fez história, dessa vez fora de campo, cobrindo uma oferta milionária vinda da Europa, coisa que nenhum clube brasileiro tinha conseguido fazer desde que nossos craques viraram "produtos de exportação". O Santos investiu pesado. Acreditou. Blindou o jogador quando ele foi caçado em campo, deu todo o suporte necessário através da diretoria, do marketing, da comissão técnica e dos outros jogadores do grupo, mas ontem esse jogador extrapolou.


E agora?


Algumas diferenças têm que ser observadas:


Ser polêmico é diferente de ser mal educado. Ser craque não é estar acima do bem e do mal. Ter talento é ter humildade. Educar e falar as verdades não é "cornetar".


Punição a indisciplina faz parte do futebol assim como o drible e as faltas. O grande jogador tem que aprender a lidar com isso tudo caso contrário ele não está preparado para jogar na Europa, nem no Santos, nem na várzea.


Alguma providência tem que ser tomada e rápido, caso contrário todo o investimento feito pelo Santos irá por água abaixo.


Espero que essa seja a última vez que falemos desse assunto, mesmo porque o Santos Futebol Clube não pode ser coadjuvante nem estar à mercê de nenhum de seus funcionários.



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Concurso Literário de Suzano- 2010

Consegui minha primeira classificação em concursos literários... 7º lugar no Concurso de Suzano. O texto foi o "Vale dos Justos". Para ver a classificação completa, clique aqui: http://www.suzano.sp.gov.br/CN03/noticias/nots_det.asp?id=5337 e o texto eu reproduzo aqui mesmo, no blog:

"O Vale dos Justos"

Austera. Assim poderia ser classificada aquela pequena cidade. Seus habitantes poderiam ser exemplos para toda a humanidade se aquela cidade não fosse apenas uma pequena cidade incrustada no meio de um vale no meio do nada.

O clima fresco, agradável, parecia casar com a paz vivida pelos poucos moradores. As casas todas grandes e espaçosas ficavam distribuídas em poucas ruas e em uma avenida maior onde também ficavam a igreja, a prefeitura e o pequeno comércio.

Uma padaria, alguns restaurantes, um banco, algumas lojas de roupas e uma tabacaria formavam o pequeno comércio local. O prefeito orgulhava-se de ser o representante vitalício de sua população. Não que não houvesse eleições, na verdade elas ocorriam regularmente como no resto do país, mas há quase vinte anos não havia outro candidato além do atual mandatário. Para que mudar o que está dando certo? Assim era o pensamento da população, que votava sempre na chapa única. Havia ali uma lei municipal que dava esse direito ao prefeito, já que desde seus primeiro anos de governo a população chegou a um consenso de que não precisaria ter outro candidato, afinal de contas, assim como todos os habitantes da austera cidade, assim também era o seu prefeito.

E que orgulho seus habitantes tinham de seu prefeito. E mais ainda de sua cidade. A miúda imprensa local focava suas notas apenas nos assuntos corriqueiros, sem grande importância. Não existiam escândalos. Nenhuma notícia de fraude era publicada. Isso não existia ali. O vale onde ficava a cidade parecia emanar uma aura de honestidade sobre todos os habitantes do município. E assim era há muito tempo.

Depois de muitos anos vivendo quase que isolada do resto do mundo a cidade recebeu a visita de um forasteiro. Um homem que do nada chegou naquele lugar em uma manhã linda e ensolarada. Caminhando tranquilamente o homem atraiu a atenção dos moradores que não estavam acostumados a receber visitas. Pela principal avenida o forasteiro carregava uma mochila velha, fumava um cigarro e se atentava a bela paisagem que o cercava.

Os burburinhos começaram. O que poderia estar fazendo ali aquele homem? Com que propósito ele tinha ido àquele lugar no meio de um vale que ficava no meio do nada?

Muito educados os moradores tentavam disfarçar a curiosidade. Assim que o homem se aproximava as pessoas faziam de tudo para não deixar transparecer a sua curiosidade sobre o visitante. O homem parecia se divertir com isso. Encarava as pessoas como se quisesse ser perguntado sobre o porque de sua visita. Sorria a cada tragada em seu cigarro e olhava os habitantes que ali moravam no fundo de seus olhos. Parecia sentir prazer em aguçar a curiosidade dos locais.

O primeiro lugar público avistado pelo visitante foi a pequena padaria. Ali ele entrou para se informar sobre algum hotel, pensão ou lugar onde pudesse se estabelecer. Muito bem tratado pelo dono da padaria logo recebeu a notícia que a única pensão que havia na cidade tinha fechado há quase vinte anos. Logo no primeiro mandato do atual prefeito. Ele havia acabado com aquele antro de prostituição e jogatina onde forasteiros vinham de todos os cantos sujar a moral do município. Hoje em dia não existia mais pensão, mas também a moral e a dignidade haviam sido restabelecidas, e isso trazia muito orgulho para os habitantes. O dono da padaria era um tipo de líder. Junto com o prefeito e o padre formava a tríade que detinha o poder local. Era amigo de infância do prefeito e ajudava muito o padre nas benfeitorias da paróquia.

Para mostrar toda sua boa vontade e provar o quão acolhedor era o povo com os forasteiros de boa índole o comerciante ofereceu um pequeno quarto que ficava acima de seu estabelecimento. O homem resolveu aceitar e quando indagado sobre o porque de sua visita ele apenas sorriu dando a última tragada em seu cigarro.

Passados alguns meses da sua chegada o estranho, mas tranqüilo forasteiro era pouco visto pelas ruas. Vez ou outra saia meio que sem rumo, caminhando de lá para cá descompromissado. Cumprimentava alguns moradores, mas nunca trocava muitas palavras. Isso deixava a cidade cada vez mais angustiada com sua visita.

Certo dia, sem mais aguentar de tanta curiosidade o prefeito resolveu em reunião com o padre e o padeiro fazer uma festa na cidade. Festa essa para recepcionar o visitante que a essa altura, depois de alguns meses morando ali, já era praticamente uma figura ilustre entre os habitantes locais. Encantava as adolescentes, era invejado pelos jovens e se tornara rapidamente o assunto preferido da comunidade.

A cidade inteira se preparou para o evento. O prefeito foi pessoalmente com sua esposa, uma senhora muito distinta, líder da associação das senhoras católicas, convidar o visitante para a festa em sua homenagem. O homem, que não quis recebê-los em seu quarto, aceitou orgulhoso o convite logo embaixo de onde morava, na padaria. O prefeito junto ao seu fiel amigo comerciante ainda tentou arrancar mais informações sobre o homenageado, mas ele era realmente de poucas palavras. E assim a prefeitura começou a preparar a festa de recepção oficial ao visitante.

Chegado o grande dia a cidade estava em polvorosa. Os homens muito elegantes acompanhavam suas respeitosas esposas na entrada do salão do clube onde aconteceria o tão promovido evento. As adolescentes por sua vez não viam a hora do homenageado chegar. Todas, sem exceção, já nutriam por ele um amor quase platônico. Uma admiração e um carinho quase incondicional.

A chegada do forasteiro foi ovacionada pelos locais. Ele chegou tranquilamente, fumando seu cigarro, sorrindo e vez ou outra até acenava para os presentes. Nunca tinha vivido isso antes e no fundo estava gostando.

Depois dos discursos do prefeito e do dono da padaria saudando ao público presente e o ilustre visitante, foi a vez de o padre dar sua benção. Por último, o próprio visitante foi convidado a discursar. Como sempre falou pouco, apenas agradeceu todo aquele maravilhoso evento.

Passada toda a pompa e formalidade oficial a festa no sentido mais apropriado da palavra se iniciou. Os casais e os jovens dançavam animados, até o próprio padre bebericava o seu vinhozinho.

Ao sair do salão para fumar o seu cigarro o forasteiro avistou uma cena difícil de acreditar. Observou que na mata que dava para a parte de trás do clube onde a festa se realizava havia um casal discutindo ferozmente. Ao se aproximar viu que se tratava da esposa do prefeito com o dono da padaria. Aquela discussão era bem estranha porque o motivo, para a surpresa do visitante, parecia ser passional. Depois de um longo bate-boca os dois acabaram com suas diferenças em um beijo apaixonado, digno de um filme de Hollywood. Logo a esposa do prefeito, líder da associação das senhoras católicas, uma senhora tão distinta! E o dono da padaria, sempre tão fiel e amigo de infância do prefeito. O homem não podia acreditar naquilo, acabou de tragar o seu cigarro e entrou sorrindo de volta ao salão.

Ao passar pela cozinha, entrou no banheiro e foi assuar o nariz em uma das partes reservadas do sanitário. Logo na sequência entraram o prefeito e o padre. Pareciam também estar discutindo, e o padre se mostrava um tanto quanto alcoolizado. O homem permaneceu em silêncio, quieto, sem se deixar ser visto pela dupla. O prefeito exigia do padre um pedido para uma reforma astronômica em sua igreja com uma empreiteira de um primo seu, caso contrário ele deixaria bem claro para todas as beatas o quanto o “querido” padre da cidade gostava de álcool e de aliciar menores em cidades vizinhas durante suas noites solitárias. O padre xingava o prefeito de tudo o que era nome, e este, por sua vez, dizia poucas e boas ao padre. Deixava claro que pouco se importava com a cidade, e só permanecia vivendo naquele “buraco” (como eles mesmo chamava a cidade) porque conseguia garantir uma boa quantia de dinheiro com as obras superfaturadas da prefeitura. Assim que conseguisse o suficiente abandonaria aquele Vale e ninguém nunca mais ouviria falar dele.

O padre sugeriu um acordo ao prefeito. Há tempos ele queria abandonar a batina e assumir de vez sua homossexualidade. Aquela poderia ser uma oportunidade única de ambos garantirem seu futuro longe dali. Mais calmo, o padre explicou sua proposta ao prefeito e acordaram uma reforma que renderia um bom dinheiro para ambos. Pronto, agora estava tudo certo e dali saíram abraçados, como bons amigos. O forasteiro mais uma vez presenciou uma cena bizarra. Olhou no espelho do banheiro e sorriu balançando sua cabeça de maneira negativa. Ele não conseguia acreditar que aquela pequena e perfeita cidade fosse uma grande mentira. Habitantes hipócritas, corruptos e depravados viviam um faz de conta em um mundo encantado que não existia.

Ao sair do banheiro o homenageado da noite começou a reparar mais nos habitantes do município. As adolescentes se insinuavam para ele de maneira cada vez mais ousada. Reparou também nos rapazes, a maioria bêbada, a toda hora saíam do salão para consumir drogas. Era nítido o estado alterado de todos eles. Viu nas distintas senhoras um pouco da primeira dama. Todas elas flertavam com outros homens, esses por sua vez também casados. Em meio a tudo isso ouvia conversas de desvio de verbas, de fraudes e até de aliciação de menores junto ao pároco. Realmente a cidade se revelava de uma maneira surpreendente.

De repente a polícia invade o salão. Dezenas de homens armados, uma gritaria toma conta da festa até que um homem baixinho e careca sobe ao palco e pede calma a todos. Ele se apresenta como inspetor chefe da polícia da região vizinha e diz que estava há meses atrás do homenageado da noite. A comunidade inteira presente naquele evento não podia acreditar, imobilizado no chão o então ilustre visitante foi desmascarado pelo chefe de polícia como sendo um procurado estelionatário.

Rapidamente o homem foi levado para um carro de polícia que em disparada saiu rumo a cidade vizinha. O prefeito ainda alarmado consolando a distinta esposa agradecia e se desculpava ao chefe de polícia. Aquele homem de sorriso fácil havia enganado a todos por meses.

Depois da saída da polícia o prefeito sentiu-se na obrigação de tranquilizar todos os cidadãos, novamente subiu ao palco e discursou de improviso sobre o perigo que correu a cidade naquela noite. Lembrou o quanto foram abençoados. O quanto deram sorte da polícia da cidade vizinha ter desmascarado “aquele câncer” que viveu entre eles por todos aqueles meses.

Depois de ser aplaudido de pé por todos pediu que o padre, mesmo em um estado etílico um pouco elevado fizesse uma prece e agradecesse aos céus por terem, a tempo, descoberto o forasteiro indigno e por terem conseguido, a tempo, limpar novamente a cidade das nefastas influências vindas sabe-se lá da onde.

Agora novamente aquela cidade estava limpa. Agora novamente aquela cidade podia se orgulhar de ser um lugar abençoado. Agora sim aquela cidade podia voltar a ser chamada “O Vale dos Justos”.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Homenagem de um santista ao centenário...

Não, eu não poderia deixar de parabenizar...


Muitos vão me criticar, falar que eu estou louco, que um santista nunca faria isso, mas eu não vejo dessa forma. A rivalidade existe sim, sempre existiu e sempre vai existir, mas no mundo futebolístico essa rivalidade tem que ser sadia, cordial, na medida do possível.


100 anos não é para qualquer um. Ainda mais enfrentando dificuldades, lutando e mostrando força e grandeza de ser até rebaixado e ainda assim voltar para a elite do futebol muito mais forte.


O dia 1º de setembro de 2010 merece sim ser destacado na agenda de todos que acompanham e amam o futebol. O dia 1º de setembro é único.


Podem falar que não tem o que comemorar, que esse time não tem títulos, história e todo esse bla bla bla que vossa torcida está acostumada a ouvir, mas hoje, nada disso deve incomodar.


Encha o seu peito. Tenha orgulho das tradições e da força de seu manto sagrado e comemore. Vocês mais do que ninguém são merecedores!


Parabéns Esporte Clube Noroeste!


Parabéns pelos 100 anos de glória representando o interior do estado de São Paulo. Façam a festa NO VOSSO estádio! Não é qualquer clube com100 anos que possuí um...


E que venham mais 100 anos...


http://www.noroestebauru.com.br




segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Show Must Go On

As vezes é difícil de entender como e porque as coisas acontecem. Quando tudo parece perfeito o mundo parece desabar em cima de nossas cabeças…

E fica a pergunta: logo agora? Logo nesse momento?

Pensando sempre pelo lado bom, (e sim, por incrível que pareça tudo tem o seu lado bom) até nos maus momentos o Santos Futebol Clube é abençoado…

Abençoado porque a contusão aconteceu não com um jogador qualquer do nosso elenco e sim com o nosso GRANDE CRAQUE. Nosso camisa 10, o cérebro da equipe, a artéria do time, o homem que distribiu as jogadas, o nosso maestro.

Qualquer outro jogador me preocuparia, o Ganso não.

Ele já superou uma contusão como essa em 2007, superou a desconfiança de técnicos e até da própria torcida santista. Superou dois rebaixamentos para as categoria de base quando já estava no time principal. Ele está acostumado as adversidades e nesses momentos ele cresce. (Lembram da final do Paulista desse ano?)

Tenho certeza que a volta vai ser mais do que triunfal, digna do seu futebol, da sua raça, elegância e habilidade.

Se cuida.

Se trate sem pressa.

A camisa 10 ta te esperando, e a nação santista também. A Libertadores está logo aí e ela será a sua redenção.

Força.