terça-feira, 16 de novembro de 2010


A mim sempre agradaram os jogos como o de domingo último, que de nada mais valem. Os jogos de final de temporada quando não temos mais chances de título. Não quero soar hipócrita, longe disso. Claro que a adrenalina de uma decisão não tem preço, e claro que quero ver sempre o Santos no topo, decidindo títulos, mas sabemos que no futebol nem sempre as coisas são assim e é aí que entra a paixão inexplicável que somente esse esporte pode nos proporcionar.

O que levaria milhares de pessoas à Vila Belmiro em um início de noite frio e chuvoso de sábado? O time não tem mais chances de título e já conquistou sua vaga para Libertadores, então, por q ue ir até a Vila? Na minha opinião é simples: esses jogos tem um romantismo único. Jogos como este, trazem para as arquibancadas da Vila pessoas que amam o Santos de verdade. É o amor mais sincero dos amores sinceros, porque os que estão ali não querem títulos, não querem festa, não estão ali por nenhum interesse maior do que simplesmente assistir a um jogo do Santos Futebol Clube. Eram pouco mais de 7000 devotos apaixonados que deixaram suas casas e suas famílias por um motivo comum. Por um amor que não tem explicação além da própria paixão.

Antes de falar sobre o jogo abro um espaço para falar do adversário. Perdemos a chance de mais uma vez esse ano matar o dito "imortal". Sim aquele que várias vezes enterramos vivos na Vila sagrada e que tem como grande conquista e "jogo da vida" um acesso da série B para a série A. Um time que, insisto em dizer, é digno de pena, pois sua torcida sofre de uma falta de personalidade enorme, se sentindo m uito mais porteña do que brasileira. É tamanha sua soberba que durante o Hino Nacional Brasileiro cantam a todo pulmão o hino do Rio Grande do Sul. Aliás, deixo aqui a sugestão para que eles sejam banidos do futebol brasileiro e joguem somente o "gauchão", já que adoram dizer que vivem em "outro país", na República dos Pampas. Não há nada mais ridículo que esse complexo separatista, mas enfim...

Falando agora do jogo, mais uma vez perdemos um pênalti, tivemos muito mais volume de jogo, muito mais chances, jogamos com um 1 homem a mais desde o primeiro tempo e ainda assim não conseguimos vencer um "freguês" antigo. Coisas do futebol, asssim como é do futebol o amor em estar junto com o time simplesmente pelo prazer de estar. Independente do adversário, do jogo, do que se disputa e até mesmo dos que vestirão a nossa camisa, assistir o Santos jogar é, e sempre será, um orgulho que nem todos podem ter.



quinta-feira, 11 de novembro de 2010

No alto de um edifício

No alto de um edifício eu passo a maior parte da minha vida.


Equilibrado em meio a concreto, aço e suor vejo a imensidão da cidade, contemplo o horizonte, vejo o céu mudar de cor.

Ouço aviões rasgarem o infinito e imagino o futuro lembrando do passado.

Será esse o meu presente?


Daqui de cima eu ignoro sentimentos, remoo frustrações, sonho com realizações.


Aqui eu escrevo. Penso. Me lamento.

Me irrito, sorrio, choro por dentro.

Acima de tudo isso eu aprendo. (Ou pelo menos tento).


Mudo de ideias. Ideais.


As horas as vezes passam devagar, as vezes passam de pressa.

Mais um dia, menos um dia, depende do ponto de vista.


Eu não sei quando isso vai acabar nem lembro como começou, só sei que hoje eu estou aqui,

no alto de um edifício, com a cabeça perto das nuvens e os pés distantes do chão.

Com o coração longe de quem eu amo, dividindo meus segredos e compartilhando minhas esperanças com desconhecidos.


Todos os dias.

Iguais, diferentes, rotina.


Aqui do alto tudo fica pequeno.

Eu mesmo me torno pequeno sem perceber.

Anônimo.

Rodeado de pessoas, mas sozinho.

Perto do fim, talvez de um recomeço, mas ainda assim muito longe de tudo o que eu quero.


No alto de um edifício eu luto. Trabalho.

Morro todos os dias e renasço.


No alto de um edifício.