Mea Culpa

Mea Culpa.

Nos deixamos iludir. Temos uns filhos diferenciados, "fora de série", como costumavam dizer os mais antigos, mas não estamos sabendo educá-los da maneira correta.

Nossos meninos foram superexpostos, badalados e hoje encontram-se perdidos em meio ao "glamour" que jamais haviam vivido.

A cabeça está longe... o futebol também.

Enquanto nos encantávamos com a alegria e com o futebol lindo e vistoso, o melhor do Brasil, esquecíamos de olhar para o que acontecia bem embaixo dos nossos narizes.

Os falsos amigos agiam. Os chamados "empresários" seduziam nossos jovens com promessas de dinheiro fácil, de uma vida melhor, de seleção brasileira, de "sonho europeu".

Mimamos demais nossos craques.

O céu da Vila Belmiro ficou pequenino demais para tantas estrelas. A vaidade cresceu, as disputas tomaram o lugar da amizade, a risada foi superada pela soberba e até as dancinhas, marca registrada desta geração, deram lugar a baladas intermináveis.

Está tudo errado. É hora de uma bronca de verdade. Um simples castigo não vai resolver.

É preciso mostrar para este elenco a verdade nua e crua. É preciso que se mostre a grandeza do clube em que eles deram sorte de jogar.

Antes de conquistar o mundo, eles precisam conquistar a confiança e o respeito de uma torcida acostumada a revelar craques.

Craques de verdade, que dão títulos ao clube, que encantam o mundo durante toda uma carreira e não só durante uma temporada. Craques preparados para as cobranças, para as dificuldades e até para as vaias. Craques preparados para a Europa, para a vida. Craques que deixam de ser meninos e se tornam homens sem atropelos, sem "queimar etapas".

Erramos. Mas ainda é tempo de se consertar esse erro e fazer com que a tradição de revelar craques não se quebre no Santos Futebol Clube.

Mea Culpa.